terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Feijão sobe 81,95% em um ano

Produto aumentou 31,87% só entre dezembro e janeiro; mesmo assim, cesta básica em Londrina teve redução de 3,69%.

Pelo segundo mês consecutivo, a cesta básica de Londrina apresentou redução de preço. O valor de janeiro ficou 3,69% abaixo de dezembro e nos últimos 12 meses o kit ficou 2,24% mais barato. Os números fazem parte da pesquisa mensal coordenada pelo professor de Economia Flávio Oliveira dos Santos, com a colaboração de alunos da Faculdade Pitágoras.

O kit básico no mês passado custou R$ 218,93 para uma pessoa e R$ 656,79 para uma família de quatro pessoas. Entre os itens que apresentaram redução, o destaque foi o tomate (-18,35%). Também ficaram mais baratos a carne (-9,42%), o açúcar (-7,59%), o café (-4,98%), a farinha (-1,55%), o leite (-1,54%), o óleo de soja (-1,32%) e o pão francês (-1,15%).

O coordenador da pesquisa justificou que a redução do preço da carne se deve à promoção de coxão mole em três dos estabelecimentos pesquisados. O quilo do produto variou entre R$ 10,97 e R$ 16,40. A média do produto ficou em R$ 14,17 neste mês ante R$ 15,65 do mês passado. Em função da metologia utilizada, o preço da carne teve peso de 42% na cesta. ''Por isso, o tomate e a carne foram os maiores responsáveis pela queda'', afirmou.

Com relação à redução de 2,24% registrada nos últimos 12 meses, Santos explicou que a redução do preço da carne bovina (-11,31%) teve grande influência. Também colaboraram o tomate (-32,44%) e o açúcar (-18,22%).

Em janeiro, tiveram aumento o feijão (31,87%), a batata (21,77%), a banana (5,08%), a margarina (4,66%) e o arroz (0,14%). ''O feijão passou de R$ 2,97 o quilo para R$ 3,92 em função do longo período de seca verificado entre o plantio e a colheita'', considerou o professor. Nos últimos 12 meses, o produto subiu 81,05%. ''O preço veio subindo aos poucos desde junho, mas teve um salto de dezembro para janeiro'', disse.

Fazendo a pesquisa de preço e adquirindo o produto mais barato em cada um dos nove supermercados consultados, a cesta para uma pessoa custaria R$ 161,97 e para uma família R$ 485,90. ''Seria possível uma economia de R$ 238,36, ou seja, de 49,05% para quatro pessoas'', observou Santos. O professor reiterou que a pesquisa de preço ainda é a melhor arma do consumidor.

Na avaliação de Santos, o valor da cesta básica não deve registrar queda nos próximos meses, ''devido à seca que a região está enfrentando''. ''Acredito que deva ficar estável ou até mesmo ter uma leve alta porque como há redução da oferta, o preço sobe'', acrescentou.

Feijão

Celi Salvatori, dona de casa, reparou que o preço do feijão está nas alturas. E ela já considerou que o aumento vai impactar na soma da compra do mês. ''O feijão vai ter de ser usado como sobremesa'', brincou.

A última vez que a auxiliar administrativa Miriam de Camargos Aljarilla comprou o produto, no mês passado, pagou R$ 1,99 pelo pacote de um quilo, na promoção. Ontem, ela se espantou com o valor praticado. ''Estou assustada. Nunca vi um pacote de feijão tão caro assim. Uma família que consome quatro quilos por mês gasta quase R$ 20 só neste produto'', disse.


Folha Web

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