Nossa Senhora do Monte Claro
Padroeira da Polônia e da comunidade polônica no Brasil.
Onde aconteceu: Na Polônia.
Quando: Em agosto de 1382.
A quem: Ao Príncipe Ladislau.
A História.
Conforme tradição muito antiga, o quadro de N. Sra. do Monte Claro é cópia fiel da pintura feita pelo evangelista São Lucas.
Seguidas
vezes, são Lucas visitava Virgem Maria, colhendo dela pormenores da
infância de Jesus. Foi numa dessas ocasiões que ele, na própria tábua da
mesa de cedro que Nossa Senhora usava para seu trabalho e oração,
pintou sua imagem.
Diz
a lenda que, ao iniciar a pintura do rosto da Virgem Maria, deteve-se
pensativo, preocupado em exprimir da melhor forma possível toda beleza
da Mãe de Deus. Profundamente recolhido, cochilou e adormeceu por alguns
instantes e, acordando, surpreendeu-se ao encontrar o quadro pronto, no
qual o rosto de Maria, de celestial beleza, estava pintado.
Sendo Jerusalém ocupada pelo exército romano, a Santa Helena - mãe do Imperador Constantino - foi conhecer os lugares santos e procurar o lenho da Santa Cruz.
Santa Helena viu o quadro e recebeu-o das mulheres que o guardavam.
Encontrando também o lenho da Santa Cruz, enviou ambos a seu filho
Constantino o Grande, Imperador de Constantinopla, naquela época,
metrópole da Igreja.
Esse Imperador, recém convertido ao cristianismo,
recebeu o quadro enviado por sua mãe, com grande alegria, colocando-o
na capela particular de seu palácio. Muitas cópias do quadro milagroso
foram feitas, por ordem de Constantino, e por ele doadas aos cristãos do
oriente e ocidente. O quadro original permaneceu com ele. Por mais de
400 anos o quadro permaneceu nas capelas particulares, como propriedade
dos príncipes russos. Depois o quadro foi transferido para a capela do
castelo Belz, na Rússia, onde permaneceu por muitos anos.
Entrando
a Rússia em guerra contra Ludovico, rei da Hungria e da Polônia, foi
por este vencida. A cidade de Belz e o castelo caíram nas mãos de
Ludovico, que nomeou seu sobrinho Ladislau, Príncipe de Opole - Polônia,
como governador de Belz.
Visitando
as dependências do castelo, Ladislau encontrou o quadro de N.Sra. e,
cheio de respeito e amor para com Mãe de Deus, colocou-o na capela do
palácio. Entretanto, pouco tempo depois, a cidade de Belz foi invadida
pelos Tártaros, que atacaram o castelo.
Ladislau com sua agente, defendia-se de forma heróica dos invasores muito mais numerosos. Vendo que seus esforços eram inúteis, Ladislau recorreu à proteção de Maria e, prostrando-se diante do Quadro sagrado, pediu socorro, que lhes veio sem demora. O
príncipe, grato pela ajuda milagrosa, decidiu retirar o quadro da
Virgem de Belz, pois era um lugar exposto aos ataques dos Tártaros, e
levá-lo a Opole (Polônia) capital do seu principado.
Contudo, por desígnio de Deus e vontade de Maria, resolveu deixar o quadro numa capela situada na colina chamada Monte Claro, perto de Czestochowa. O ponto mais alto, por ser um descalvado de calcário, recebeu este nome de Monte Claro (= Jasna Gora)
Chegada do Quadro Milagroso à Polônia
Em
agosto de 1382, O Príncipe Ladislau confiou o quadro milagroso aos
cuidados dos Frades Paulinos, seus fiéis guardiões. Construiu-lhes, com
ajuda do povo daquela região, o convento, a igreja e fez generosa doação em terras e aldeias para manutenção do convento e do Santuário.
Ladislau Jagiello, rei da Polônia e Lituânia, não só aprovou as doações
do Príncipe, mas contribuiu com outro tanto por sua parte.
A pedido deste rei, o
Papa Martinho V, pela Bula de 27 de Novembro de 1429, enriqueceu o
santuário de Monte Claro com diversas indulgências e com a benção papal.
Desde
o primeiro dia da chegada do quadro da Virgem Maria na terra polonesa o
povo recorre a Nossa Senhora, pedindo saúde, consolo e graças
espirituais.
Inúmeras graças atribuem-se a ele:
doentes foram curados, pessoas desesperadas encontraram paz e
consolação etc. Todos os que recorriam à Mãe de Deus com confiança e
amor, eram atendidos em suas necessidades.
Peregrinações das mais longínquas localidades do país e mesmo do estrangeiro chegavam ao Monte Claro
em busca de socorro material e espiritual. Confortados pela ajuda
recebida, expressavam a sua gratidão, oferecendo ao Santuário donativos
em ouro, prata, pedras preciosas e dinheiro. Também a rainha da Polônia,
Santa Edviges, com seu esposo, o rei Ladislau Jagiello e os dignitários
da corte, faziam ricas doações a Nossa Senhora.
Ornada
com tantas jóias de alto valor, o quadro milagroso tornou-se objeto de
cobiça por parte dos ateus, dos infiéis e dos assaltantes, numerosos
naquela época.
Na
madrugada do dia da Páscoa, do ano de 1430, o Santuário de Nossa
Senhora, onde apenas os frades e alguns peregrinos se encontravam, foi
repentinamente invadido por bandidos. Arrancaram do altar o quadro,
jóias, cálices e tudo de grande valor, jogaram tudo numa carroça,
pondo-se em fuga.
Por
descuido o quadro caiu da carroça e quiseram o recolocar, mas não o
conseguiram. Do castelo mais próximo, vieram soldados armados e
puseram-se imediatamente atrás dos bandidos.
Os
bandidos percebendo o que acontecera e não conseguindo recolocar o
quadro no veículo, o chefe dos bandidos, na iminência de ser apanhado,
encolerizou-se, golpeou-o diversas vezes com a espada e fugiu apressado.
Ao chegar no local, soldados, peregrinos e frades, encontraram o quadro
partido em três pedaços e o rosto de Nossa Senhora dolorosamente
ferido.
Ajoelhando-se, pediram ajuda de Deus.
Depois pediram ao rei da Polônia Ladislau Jagiello que tomasse
providências necessárias para restauração do quadro. Famosos pintores
foram até lá para restaurar, mas nenhum deles conseguiu restaurar a
pintura do quadro.
Quando todos desistiram, um jovem que havia auxiliado o primeiro pintor veio até o rei e declarou com toda simplicidade:
"A Mãe de Deus não quer que sejam apagadas essas cicatrizes".
Dito
isto, pediu que lhe desse licença para concluir a restauração do
quadro, e o rei embora contrariado, não tendo outro recurso cedeu ao seu
pedido.
Antes de pintar o jovem rezou a noite inteira.
Concluído o trabalho, entregou ao rei Ladislau o quadro completamente
restaurado, com todos os cortes cobertos, exceto os três ferimentos no
rosto de Nossa Senhora. O jovem pintor havia desaparecido e nunca mais
foi visto.
O quadro voltou ao seu trono, ornado novamente de ouro, prata e pedra preciosas, doadas pelos reis e pelo povo. A Mãe de Deus continuou, desde então, operando milagres e atendendo a todos os que a Ela recorriam com confiança e fé.
Em
1655, os Suecos invadiram a Polônia e atacaram também o Convento e o
Santuário de Czestochowa, a fim de se apoderarem das riquezas do país.
No Convento havia apenas frades e 50 famílias e alguns soldados. Durante 40 dias, os suecos atacavam com mais de 15 mil homens, canhões etc..., lançando bombas incendiárias sobre o Santuário.
Os
frades e os outros sitiados defendiam-se heroicamente, confiando na
proteção de Nossa Senhora e chegavam afazer procissão com o Santíssimo
em volta do Santuário, cantando e rezando no meio dos ataques do
inimigo.
Os
suecos reconhecendo que lutavam contra forças sobrenaturais resolveram
se afastar na noite de Natal e pouco tempo depois, foram expulsos também
do país.
No ano seguinte de 1656, Nossa Senhora de Czestochowa foi declarada, oficialmente, pelo Papa, RAINHA DA POLÔNIA.
Escrito por vanderleifraga
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