Um estudo transversal
foi realizado em uma comunidade agrícola localizada em Nova Friburgo,
RJ, para conhecer os aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais
da exposição múltipla a agrotóxicos em uma amostra representativa de 102
pequenos agricultores, de ambos os sexos. Os trabalhadores foram
submetidos a um extenso protocolo que incluía aplicação de questionário
ocupacional, coleta de amostras biológicas para exame toxicológico e
avaliação clínica – geral e neurológica. Os resultados dos exames
toxicológicos revelaram episódios leves a moderados de intoxicação aguda
aos organofosforados descritos pelos agricultores ou observados durante
o exame clínico. Foram também diagnosticados 13 (12,8 %) quadros de
neuropatia tardia e 29 (28,5%) quadros de síndrome neurocomportamental e
distúrbios neuropsiquiátricos associados ao uso crônico de agrotóxicos.
Os resultados apontam para a ocorrência de episódios recorrentes de
sobre-exposição múltipla, a elevadas concentrações de diversos produtos
químicos, com grave prejuízo para as funções vitais desses
trabalhadores, especialmente por se encontrarem em uma faixa etária
jovem (média = 35 ± 11anos) e período produtivo da vida. Estes dados
demonstram a importância do monitoramento da múltipla exposição a
agrotóxicos, uma cadeia de eventos de grande repercussão na saúde
pública e para o meio ambiente.
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